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Museu das Culturas Indígena estreia mostra sobre a Mata Atlântica; narrativa explora recursos sensoriais

Com curadoria de Sonia Ara Mirim, Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites, a exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham promove a importância do bioma para a sustentabilidade da vida e conta com dados apurados pela Fundação SOS Mata Atlântica;

O público poderá sentir a atmosfera da Mata de terça a domingo, das 9h às 18h, e às quintas, das 9h às 20h. Ingressos podem ser adquiridos no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

Caverna dos Sonhos: imagens, sons e cantos recriam a atmosfera da Mata Atlântica. Foto: MCI
Caverna dos Sonhos: imagens, sons e cantos recriam a atmosfera da Mata Atlântica. Foto: MCI

São Paulo, junho de 2023 – Em 04 de junho estreia a exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham,no Museu das Culturas Indígenas (MCI). Com elementos da mata que estimulam o tato, olfato, visão, audição e propriocepção (noção espacial), a mostra recria a atmosfera da Mata Atlântica sugerindo uma vivência sensorial. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

A expressão “Nhe’ẽ ry”, usada pelo povo Guarani para denominar a Mata Atlântica, também pode ser traduzida como “lugar onde os espíritos se banham”. Sonia Ara Mirim, curadora da exposição ao lado de Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites, explica: “cada elemento da mata tem seu espírito e seu modo de vida, então quando nós, indígenas, falamos dos ‘espíritos da mata’, estamos considerando toda a vida nela presente: floresta, animais, rios e nascentes. Onde há vida, há espíritos”.

Os organizadores não classificam a mostra como imersiva, mas destacam o seu caráter sensorial com elementos distribuídos pelo percurso. Sons, imagens, vegetação e vídeos foram explorados em uma expografia envolvente. É neste contexto que um viveiro de mudas de plantas nativas, com mais de 60 espécies da floresta, opera em alusão ao patrimônio da biodiversidade da Mata Atlântica.

“A mostra é um convite a conhecer como os povos indígenas vivem em sinergia com os seres que habitam a mata e mostrar que essa é a forma mais importante de regeneração: coexistir e não explorar”, descreve Sonia Ara Mirim, também Mestre de Saberes do MCI. “O conceito parte do sonho de criar um grande território comum, um Yvy Rupa, onde vivemos juntos, com muitas diferenças existentes”, complementam Carlos Papá, Cris Takuá e Sandra Benites.

A partir da perspectiva indígena, o acervo sugere sensibilizar o público sobre a relevância da Mata Atlântica para o planeta. Com dados fornecidos pela Fundação SOS Mata Atlântica, o Museu informa os visitantes sobre os povos que habitam o território, o patrimônio de flora e fauna, a legislação de proteção e outros dados relevantes sobre o bioma.

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Nhe’ẽ ry é dividida em quatro eixos temáticos: Viveiro de plantas, Cartografias da floresta, Pedra que canta e Caverna dos sonhos. Ao entrar no espaço, o público vai enxergar a mata a partir de projeções de folhas, raízes, vagalumes, acompanhadas de sons do pássaro urutau, de grilos, do sapo tambor, da cigarra, do vento e até do esturro de uma onça. Imagens e sons da mata, do amanhecer ao anoitecer completam o eixo “Caverna dos sonhos”.

No centro da exposição, uma instalação multimídia reproduz depoimentos e cantos feitos por guardiões da floresta, representantes de diversas etnias que se organizam em prol da preservação da Mata. Sons de pássaros, vento, água e falas dos moradores de aldeias enriquecem este segundo recorte (“Pedra que canta”).

Em “Viveiro de plantas” é possível enxergar a floresta e conhecer mais de 60 espécies nativas presentes na Mata. Posteriormente, as mudas serão devolvidas para reflorestamento. O bloco expositivo reúne ainda vídeos do cotidiano das diferentes etnias que habitam a Mata Atlântica, além de frutas, plantas, animais e insetos.  

Mais de 60 espécies nativas da Mata Atlântica são apresentadas ao público. Foto: MCI
Mais de 60 espécies nativas da Mata Atlântica são apresentadas ao público. Foto: MCI

Periscópio e caleidoscópio

Outra atração curiosa de Nhe’ẽ ry são os elementos perceptivos que fazem parte do seu mobiliário: um periscópio foi pensado para reproduzir a cidade com imagens da floresta sobrepostas por filtros. Um caleidoscópio multiplica e distorce a vista do Parque Água Branca, localizado ao lado do MCI. 

Mesa de abertura: espíritos e rezas de Nhe’ẽ ry

Para celebrar a abertura da exposição, o MCI promove uma mesa de abertura com a participação dos guardiães da mata: Maria Arapoty (Guarani Mbya), Catarina Delfina dos Santos Nimbopyrua (Tupi Guarani), Sueli Maxakali (Maxakali), Irani Krenak (Krenak) e Liça Pataxó (Pataxó).

Em 04/06, das 15h às 17h, Sonia Ara Mirim conduz a conversa com os convidados que compartilham conhecimentos, rezas, cantos, a perspectiva de vida a partir de Nhe’ẽ ry e os processos históricos da mata. As inscrições estão abertas no site.

Ciclo de estudos

Como parte da programação da mostra, entre 30/05 e 03/06, o Selvagem Ciclo de Estudos em parceria com a Escola Viva Guarani Mbya Arandu Porã e o Museu das Culturas Indígenas promovem encontros de aprendizado sobre a tradução de palavras da língua Guarani, desmistificando significados simplistas. Conduzido por Carlos Papá, os encontros pretendem mostrar, a partir da perspectiva indígena, conceitos sobre a origem do mundo, a espiritualidade para o povo Guarani Mbya e a relação entre corpo e espírito.

Durante os encontros, Papá receberá convidados que apresentarão elementos da filosofia e cosmologia ancestral a partir de diferentes temáticas. Participam dos encontros Luis Karai (Litoral Sul), Saulo Kuaray (Vale do Ribeira), Luã Apyka (Peruíbe), Ivanildes Kerexu (Ubatuba) e Catarina Delfina dos Santos (Peruíbe).

Com vagas esgotadas, os encontros serão filmados e disponibilizados no canal de YouTube Selvagem, com legendas em inglês e Guarani.  Jornalistas interessados devem procurar a Assessoria de Imprensa do MCI: contato@agenciagalo.com

Sobre o MCI

O Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) – Organização Social de Cultura – em parceria com o Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena. O MCI apresenta uma proposta inovadora de gestão compartilhada a ser construída ao longo da experiência, com o fortalecimento do protagonismo indígena. É em espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias. Uma conquista dos povos indígenas, ainda em processo de construção, neste território na cidade, aberto para que o público entre em contato com sua própria história, e com outras histórias do Brasil.

SERVIÇO

Exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham
Abertura: 04 de junho
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Ingressos:  R$15,00 (inteiro) e R$7,50 (meia entrada); gratuito às quintas-feiras
Retire seu ingresso no site: www.museudasculturasindigenas.org.br
Local: Museu das Culturas Indígenas (R. Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo/SP)
Informações: (11) 3873-1541 

Mesa de abertura da Exposição Nhe’ẽ ry – Encontro: os espíritos e as rezas de Nhe’ẽ ry
Data: 04 de junho
Horário: das 15h às 17h
Inscrições abertas no site: www.museudasculturasindigenas.org.br

Ciclo de Estudos Selvagem
Datas e horários: 30/05 a 02/06, de 15 às 18h e 03/06 de 13h às 16h, seguido de abertura
da exposição Nhë’ery – onde os espíritos se banham
Convidados: Luis Karai, Saulo Kuaray, Luã Apyka, Ivanildes Kerexu e Catarina Delfina dos Santos
Artistas convidados: Maira Djera, Wera Juninho, Alexandre Wera, Marcinho Xunu
Articulação e mediação: Carlos Papá e Cristine Takuá
Realização: Selvagem Ciclo de Estudos, Escola Viva Guarani Mbya Arandu Porã e Museu das Culturas Indígenas

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