Relatorio Anual 2023
No Brasil, a população indígena é de cerca de 1,7 milhão de pessoas, segundo o Censo 20221. São 305 etnias e 274 línguas faladas. No estado de São Paulo, vivem 55.295 indígenas, que circulam pela região antes mesmo dela se tornar um grande polo econômico. É uma população que perpetua seus saberes e tem papel fundamental na história do território de São Paulo e do Brasil, porque, acima de tudo,
trata-se de Terra Indígena.
Estão presentes historicamente no território paulista os povos indígenas Guarani Mbya, Guarani Nhandeva, Tupi-Guarani, Tupi, Kaingang, Krenak, Terena, que ocupam as regiões do Litoral Norte, Litoral sul, Oeste Paulista, Vale do Ribeira e região metropolitana de São Paulo.
O estado de São Paulo tem, hoje, 38 terras indígenas, em diferentes fases de demarcação.
Apenas 13 delas estão homologadas e a sua maioria segue em fase de identificação, declaração ou regularização.
Também é importante considerar as migrações de famílias de diferentes etnias indígenas, principalmente dos estados do Nordeste, para a cidade de São Paulo, a partir da década de 40, em busca de melhores condições de vida.
Entre elas, estavam os povos Atikun (PE), Fulni-ô (PE), Kaimbé (BA), Kapinawá (PE), Karajá (TO), Kariri-Xokó (PE), Pankararé (BA), Pankararu (PE), Potiguara (PE, RN, CE, PB), Tupinambá (BA), Xavante (MT) e Xucuru (PE).
Nesta publicação, o Museu das Culturas Indígenas se apresenta como um espaço de encontro, trocas e difusão das culturas e conhecimentos entre os diferentes povos que chegaram e aqui permanecem, na intenção de comunicar narrativas em comum e aproximar o público das realidades indígenas, a partir de suas diferentes perspectivas sobre o mundo.
Por meio de sua equipe intercultural, tem um importante papel educativo e transformador na sociedade, pois fomenta a consciência antirracista e decolonial da realidade, indicando outras referências históricas, a partir da memória, da cultura e identidade dos povos indígenas do território paulista e nacional.
O Museu encerrou o ano de 2023 com exposições realizadas com curadoria indígena, nas quais foram compartilhados conhecimentos ancestrais: a forma de se comunicar e usar as palavras, o cuidado com as relações humanas e não humanas, a percepção sobre o tempo e as mudanças climáticas, assim como os sonhos para uma realidade que se almeja. As exibições reforçaram a compreensão acerca dos desafios
do mundo contemporâneo e como estes podem ser resolvidos a partir dos ensinamentos indígenas e suas contribuições.
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Desejamos a todos e todas uma ótima leitura!
- Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ↩︎
