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Projeto Manto em Movimento: exposição

Local:

Museu das Culturas Indígenas (R. Dona Germaine Burchard, 451 - Água Branca, São Paulo/SP)

Data:

de 12 a 17/09/2023, das 09h às 18h (quinta-feira até às 20h)

Informações:

contato@museudasculturasindigenas.org.br

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Em uma realização da Casa do Povo com apoio do MAC USP e de um comitê composto por Glicéria Tupinambá, Augustin de Tugny, Juliana Caffé e Juliana Gontijo, o projeto se propõe a colocar em circulação um dos mantos tecidos por Glicéria. O Museu das Culturas Indígenas será um dos acolhedores em São Paulo, entre os dias 12 e 17 de setembro.

Com base em uma fotografia de um exemplar que estava em posse do Museu Nacional da Dinamarca (Copenhague) há mais de três séculos, Glicéria engajou-se na confecção de outros mantos, com a ajuda de Zizinho (Wellington de Almeida), o apoio de toda a comunidade da Terra Indígena de Olivença e a orientação dos mais velhos, numa caminhada que a levou a reencontrar aqueles levados para a Europa. Essa indumentária ritual é feita por meio de uma técnica ancestral do Povo Tupinambá utilizando-se de tecidos com fibra de algodão, tucum, embebida no mel, revestida de penas de pássaros.

O manto tupinambá é um ente sagrado central da sociedade Tupinambá vinculado ao mundo dos Encantados – entidades que habitam as matas e guiam o povo através de sonhos e visões. Objetos de valor espiritual e ritual, atraíram atenção e interesse dos europeus por sua beleza e seu poder. Foram saqueados, trocados em “negociações diplomáticas” ou escambados; atravessaram os mares rumo ao continente colonizador onde figuraram nos gabinetes de curiosidades e vestiram sua nobreza.

Atualmente, é conhecido o paradeiro de 11 mantos, todos mantidos em museus europeus, e há relatos de outros dois que estariam perdidos ou escondidos. Em 2024, o Brasil recebe de volta o exemplar que estava em Copenhague, sob responsabilidade do Museu Nacional (Rio de Janeiro); sua recuperação só foi possível com o envolvimento da comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro, localizada na ainda não demarcada Terra Indígena Tupinambá Olivença (Bahia), do embaixador brasileiro na Dinamarca, Rodrigo de Azeredo Santos, e do próprio museu.

O povo Tupinambá foi um dos primeiros grupos de indígenas a ter contato com os europeus, após o início da invasão do território pelos portugueses em 1500. Habitavam aldeias ao longo de uma larga faixa do litoral atlântico e enfrentaram guerras de extermínio, tomada do território, escravização, conversão religiosa e a imposição da língua portuguesa.

Glicéria Tupinambá – artista, ativista, professora e intelectual, natural da aldeia da Serra do Padeiro. Desde 2005, Célia Tupinambá, como é mais conhecida, vem trabalhando na retomada do manto – o reencontro com suas práticas materiais e rituais de feitura, que implicam na reconexão com o território, com os Encantados, com a cosmologia Tupinambá – sua relação com as plantas, os animais, o passado e o presente.

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