Dia Nacional da Consciência Negra: Marco Temporal, Racismo e Território
Local:
Museu das Culturas Indígenas (R. Dona Germaine Burchard, 451 - Água Branca - São Paulo/SP)
Data:
19/11/2023, das 14h às 16h
Entrada:
gratuita, mediante inscrição antecipada
Vagas:
40 pessoas
Informações:
(11) 3873-1541 ou contato@museudasculturasindigenas.org.br
A “tese” do Marco Temporal (ruralista), que tenta limitar as demarcações das terras indígenas e, consequentemente, as ocupadas por comunidades quilombolas, faz com que esses dois grupos se tornem alvos de uma argumentação que visa atingir populações racializadas justamente na sua relação histórica e coletiva com os territórios em que vivem e existem.
O Museu das Culturas Indígenas convida Marcos Tupã (Guarani Mbya) e Jurandir Cesário do Prado para debater essa proposição a partir de suas histórias e seus pontos de vista, de forma que apresentem situações de luta conjunta por reparação histórica e modos que possibilitem impedir que sejam desapossados de suas terras, destacando a proteção jurídica da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Convenção Americana de Direitos Humanos, da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais, da Convenção da Diversidade Biológica e da Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural Imaterial.
Marcos Tupã (Guarani Mbya) é nativo da Aldeia do Rio Silveira (São Sebastião – SP), foi criado na Aldeia Boa Vista (Tekoa Jaetxáa Porã), em Prumirim – Ubatuba, e morou na Terra Indígena Tenondé Porã (Parelheiros – São Paulo). Por influência de seu pai, que era presidente de uma organização de caciques, e da convivência com outros caciques, pajés e lideranças indígenas, sempre esteve envolvido intensamente com a vida política e, atualmente, é Cacique na Aldeia Boa Vista, tendo assumido a posição em 2021. É coordenador da Comissão Guarani Yvurupa (CGY) e foi representante dos guaranis do Sul e Sudeste na Comissão Especial para a Demarcação das Terras Indígenas, participando de manifestações contra a PEC 215. Tem, em sua trajetória, experiência política de articulação com outras aldeias e comunidades quilombolas pelo país todo, organizando lutas por reconhecimento legal de direitos territoriais, por educação e por saúde.
Jurandir Cesário do Prado é morador do território do Quilombo da Caçandoca (Maranduba – Ubatuba – SP), o primeiro do país reconhecido em terras da Marinha. É liderança comunitária, membro do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) e da articulação de comunidades, territórios, povos e organizações políticas, rurais e urbanas Teia dos Povos. Atualmente, está na condição de bolsista da Maré de Saberes | Rede de Formação Socioambiental, em uma parceria da Fiotec/Fiocruz por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).