Sociodiodiversidade e patrimônio arqueológico indígena na cidade de SP marcam encontros no Museu das Culturas Indígenas
Em 05 e 08 de junho, público poderá conhecer iniciativas de redes sustentáveis nos territórios originários e o resgate histórico da presença indígena em SP; os ingressos para participar dos encontros estão disponíveis no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Urucum é um dos frutos mais utilizados nas comunidades indígenas brasileiras. Foto: acervo MCI
São Paulo, maio de 2024 – A sociobiodiversidade, os eventos climáticos extremos nos territórios e o patrimônio arqueológico indígena nortearão os encontros gratuitos realizados no Museu das Culturas Indígenas (MCI) nesta semana. Lideranças, ativistas, acadêmicos e autoridades estarão presentes no encontro Sociobiodiversidade e territórios indígenas: a sustentabilidade em questão, em 05 de junho; e no Patrimônio em Debate | Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela?, em 08 de junho. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
No primeiro evento, realizado no Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), a questão socioambiental a partir de iniciativas sustentáveis dentro dos territórios originários e os efeitos dos desastres climáticos agravados pelo racismo ambiental nortearão as discussões. Já o patrimônio arqueológico indígena na cidade de São Paulo será tema do encontro realizado no sábado (08/06). A conversa contará sobre as descobertas no Sítio Lítico do Morumbi, a mais antiga indústria de pedra lascada da capital paulista.
Sociobiodiversidade e territórios indígenas: a sustentabilidade em questão
Na manhã de 05 de junho, às 10h, o Fortalecimento de articulações e redes sustentáveis será debatido entre os participantes, que mostrarão como o apoio, fomento e criação de associações e redes autônomas dentro dos territórios auxiliam no desenvolvimento da sociobiodiversidade — uso e manejo de recursos da floresta feitos por meio dos saberes culturais e ancestrais. O evento contará com a presença de Werá Mirin, Mauricio Pereira, Patrícia Andrade e mediação de Tamikuã Txihi.
Um dos exemplos de sociobiodiversidade são os processos de reflorestamento e recuperação do solo da floresta nativa da Mata Atlântica realizadas pelos morados da Terra Indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, extremo sul da capital paulista.
Por meio da construção de sistemas sustentáveis, como biodigestores e a captação de água de nascentes e afluentes da região, os indígenas implementaram um sistema de agrofloresta, que permite o plantio de espécies nativas e promove a preservação da fauna.
Já no segundo encontro, às 15h, as Consequências da injustiça e do racismo ambiental para a sociobiodiversidade norteará a conversa. Comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas são as mais afetadas pelas mudanças e desastres climáticos, visto que vivem, muitas vezes, em regiões inadequadas e com grande valor ecológico para extração de recursos.
Os palestrantes Txai Suruí, Ubiratã Awá Baretédjú e Amanda Medina vão debater sobre como a sociobiodiversidade é fundamental para proteção dos territórios originários e, por consequência, para conservação do meio ambiente. O encontro contará com a mediação de Natan Kuparaka.
Vale destacar que são essas práticas sustentáveis
que trazem resultados como do levamento do MapBiomas, que mostrou que as terras indígenas perderam menos de 1% de sua área de vegetação nativa nos últimos 38 anos, enquanto nas áreas privadas, a devastação foi de 17%.
Patrimônio em Debate – Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela?
No sábado (08/06), às 15h, será a vez do MCI receber a edição dos encontros Patrimônio em Debate, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O encontro Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela? contará com a participação de Clarice Pankararu, supervisora do Núcleo de Exposições e Programação Cultural do MCI; Erika González, sócia-diretora e cientista master do Grupo DOCUMENTO LTDA.; e Paulo Zanettini, diretor da Zanettini Arqueologia. A mediação ficará por conta de Paula Nishida, diretora do Centro de Arqueologia de São Paulo (CASP).
Localizado na zona oeste da capital paulista, o Sítio Lítico do Morumbi é o espaço arqueológico mais antigo encontrado na cidade. Ali, diversos grupos indígenas, ao longo de milhares de anos, visitaram o local para uso da pedra sílex para fabricação de objetos cortantes como facas, pontas de flechas e raspadores.
Foram encontrados cerca de 300 mil objetos, datados de períodos que variam entre 3.800 e 820 anos atrás, que possivelmente foram utilizados por diferentes grupos de caçadores e coletores. Também especulam que o local possa ter abrigado uma aldeia de agricultores há oito séculos.
SERVIÇO
Sociobiodiversidade e territórios indígenas: a sustentabilidade em questão
Data e horário: 05/06/2024 | Encontro 1, das 10h às 12h; e Encontro 2, das 15h às 17h
Patrimônio em Debate | Arqueologia e memória indígena em SP: o que o Sítio Lítico do Morumbi nos revela?
Data e horário: 08/06/2024, das 15h às 18h
Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
Museu das Culturas Indígenas
Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP
Telefone: (11) 3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br
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