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Rituais do povo Xavante, manifestações culturais afrobrasileiras e exibição de documentário são destaques em novembro no Museu das Culturas Indígenas

Com entrada gratuita, atividades celebram a riqueza e herança cultural; inscrições estão abertas no site https://museudasculturasindigenas.org.br/ 



Chocalho. Foto: Acervo MCI

São Paulo, novembro de 2024 – Contação de histórias, apresentações, cinema e seminários mostrarão manifestações e heranças culturais de indígenas e afrobrasileiros nas atividades gratuitas realizadas em novembro no Museu das Culturas Indígenas (MCI) — instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

Em 16 de novembro, às 11h, Tserenhõ’õ Tseredzawê compartilhará detalhes de rituais e heranças culturais do povo Xavante no Programa de Contação de Histórias do MCI. A passagem para a vida adulta de jovens meninos Xavantes e o tempo de reclusão na “casa de solteiro” (), onde são orientados pelos seus padrinhos, homens mais velhos, por cerca de cinco anos, será um dos rituais narrados pelo mestre de saberes, integrante do Núcleo de Transformação e Saberes do MCI.

Durante o período de vivência na “casa de solteiro”, os pré-iniciados (wapté) desenvolvem habilidades para a maturidade, bem como participam de cerimônias de luta (Oi’ó e Wa’i), da corrida de tora (Uiwede) e da batida de água para perfuração da orelha (Datsi’wate), parte do processo. Os Xavantes são reconhecidos pelo corte de franja e o uso de madeira na orelha e/ou adereços de gravata no pescoço.

Feriado da Consciência Negra (20 de novembro)

Cantos sagrados Guarani serão apresentados pelo Coral Purahei Marangatu, da Terra Indígena Jaraguá (Aldeia Tekoa Yvy Porã), às 10h. A apresentação cultural mostrará o nhnade rekó (modo de vida do povo Guarani Mbya), evocará a natureza, proteção e paz, em oposição a destruição ao meio ambiente, que hoje sofre com as consequências da interferência humana e resulta em eventos climáticos extremos.

A manifestação cultural Tambor de Crioula será apresentada por Téo Menezes e o Coletivo As Três Marias no feriado da Consciência Negra, às 11h. A celebração de devoção a São Benedito, santo padroeiro, negro e filho de escravizados evocam essa expressão cultural afro-brasileira que representa sabedorias dos mais velhos.

Por meio da percussão de três tambores de madeira acompanhados de matracas e a dança de mulheres, a apresentação cultural pretende fortalecer os laços culturais entre povos indígenas e afrodescentes, a fim de evidenciar a luta contra o racismo, a discriminação racial, o preconceito e as desigualdades sociais.



Tambor de Crioulas é uma apresentação cultural originária do Maranhão. Foto: Guilherme Sai

Às 15h, o MCI receberá o seminário Vozes Ancestrais realizado na XIV edição do Circuito de Teatro em Português, evento que celebra a riqueza linguística e cultural dos países de língua portuguesa. Neste encontro, convidados vão unir-se para celebrar suas raízes e as línguas maternas.

Reflexões sobre o apagamento linguístico, a rica herança cultural de africanos e indígenas, bem como o papel vital das raízes na construção e manutenção das línguas e da diversidade cultural serão tópicos abordados por participantes do Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Portugal.

Hip hop: resistência negra e indígena

Em 21 de novembro, às 18h30, o canal do MCI no YouTube receberá uma roda de conversa virtual sobre o gênero musical hip-hop, uma ferramenta de expressão para a vida na periferia. Muito difundido na cultura da juventude negra, o estilo também foi apropriado por indígenas, que o utilizam como forma de manifestação da luta de seus povos. Participarão convidados desta cena artística que trocarão experiências e histórias, bem como mostrarão como o hip hop é um ponto de encontro para culturas de resistência.

Documentários

O Cineclube TAVA deste mês exibirá as produções audiovisuais Kyringue: a criança Guarani na cidade de São Paulo, dos moradores das aldeias Guarani (Tekoa Ytu e Tekoa Pyau); A história de dois irmãos, de Alcides Kuaray; e Descobrindo minha cultura, de Leandro Augusto Karaiju, realizados em parceria com a instituição Ato Cidadão. A atividade gratuita acontecerá em 28 de novembro, às 19h.

As produções mostram protagonismo de indígenas nas narrativas, o fortalecimento das lutas, das estéticas e das culturas de diferentes povos. Após a exibição haverá roda de conversa com participantes do filme.

Artes manuais Fulni-ô

Txayne (Elô) Fulni-ô compartilhará um pouco da história Fulni-ô e sua relação com o artesanato, confeccionado, principalmente, com plantas da Caatinga, palha da palmeira Ouricuri (que dá nome ao principal ritual de seu povo), penas e sementes de pau-brasil, mucuna (também chamado olho de boi) e morototó, em 29 de novembro, às 13h30, no debate 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher.

O encontro, uma parceria entre MCI e a Casa da Mulher 25 de Março, contará com a participação de Roberta Marques e Natalia Bueno, da equipe da Casa da Mulher 25 de Março.

SERVIÇO

Contação de Histórias MCI: rituais de passagem Xavante, com Tserenhõ’õ Tseredzawê

Data e horário: 16/11/2024, das 11h às 12h

Apresentação Guarani: Coral Purahei Marangatu

Data e horário: 20/11/2024, das 10h às 11h

Tambor de Crioula, com “As Três Marias”

Data e horário: 20/11/2024, das 11h às 12h

Seminário da Língua Materna “Vozes Ancestrais” – Circuito de Teatro em Português

Data e horário: 20/11/2024, das 15h às 17h

Hip hop: resistência negra e indígena

Data e horário: 21/11/2024, das 18h30 às 20h

No YouTube do MCI

Cineclube: “Kyringue: a criança guarani na cidade de São Paulo”

Data e horário: 28/11/2024, das 18h às 20h

Conversa 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra mulher

Data e horário: 29/11/2024, das 13h30 às 16h30

Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

Sobre o MCI    

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.   

Museu das Culturas Indígenas  

Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP      

Telefone: (11) 3873-1541     

E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br          

Site: www.museudasculturasindigenas.org.br           

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