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Exposições no Museu das Culturas Indígenas evidenciam a importância do bioma para o planeta

Público pode sentir a atmosfera da Mata Atlântica de terça a domingo, das 9h às 18h, e às quintas, das 9h às 20h. Ingressos podem ser adquiridos no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

Hendu Porã’rã apresenta a cosmologia do povo Guarani, um dos habitantes da Mata Atlântica. Foto: acervo MCI.

São Paulo, maio de 2024 – As exposições em cartaz no Museu das Culturas Indígenas (MCI) convidam o público a conhecer e sentir a atmosfera da Mata Atlântica. São três instalações que apresentam o bioma a partir de elementos que estimulam os sentidos e sugerem uma vivência sensorial. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

A Mata Atlântica é o lar de 72% dos brasileiros, segundo dados reunidos pela Fundação SOS Mata Atlântica. O povo Guarani é uma das populações indígenas que mais estão presente no bioma e o seu modo de viver e sua cultura são apresentadas na exposição Hendu Porã’rã, escutar com o corpo.
O percurso da mostra convida o público a conhecer cantos, rezas e rituais milenares realizados nas comunidades e evidencia as perspectivas do povo Guarani sobre os alimentos, a dança, a luta, os sonhos, a compreensão do tempo e o sentido filosófico da língua nativa.

Hendu Porã’rã perpassa pelo sentir com o corpo e o escutar pelo diálogo, um chamado para quem deseja ouvir e caminhar dentro do território para conhecer os caminhos dos Guarani. “Essa experiência pretende mostrar ao público nossa forma de estar no mundo”, afirma Sandra Benites, que integra a curadoria da exposição ao lado de Márcio Vera Mirim, Sônia Ara Mirim e Tamikuã Txihi.

Conhecer para respeitar

A conscientização da proteção da Mata Atlântica e restauração das florestas são medidas fundamentais para preservação das espécies. São ações contínuas que trazem bons resultados, como a redução de 27% do desmatamento do bioma registrada pela Fundação SOS Mata Atlântica. É por meio da educação e do conhecer que a exposição Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham mostra a importância do bioma para o planeta.

“Caverna dos Sonhos” convida o público a vivenciar o amanhecer e o anoitecer dentro da Mata.
Foto: Acervo MCI

Sons, imagens, vegetação e vídeos transmitem para o público a atmosfera da Mata Atlântica. Há também dados fornecidos pela Fundação SOS Mata Atlântica sobre os povos que habitam o território, a flora e fauna, a legislação de proteção e outras informações relevantes a respeito do bioma e ações de preservação.

A expressão “Nhe’ẽ ry”, usada pelo povo Guarani para denominar a Mata Atlântica, também pode ser traduzida como “lugar onde os espíritos se banham”. Sonia Ara Mirim, curadora da exposição ao lado de Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites, explica: “cada elemento da mata tem seu espírito e seu modo de vida, então quando nós, indígenas, falamos dos ‘espíritos da mata’, estamos considerando toda a vida nela presente: floresta, animais, rios e nascentes. Onde há vida, há espíritos”.  

Impacto humano sobre as espécies

Segundo dados do Ibama, dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil, 383 vivem na Mata Atlântica. O impacto humano sobre a existência das espécies é tema da exposição Mymba’i – pedindo licença aos espíritos. A partir de intervenção artística, concebida e conduzida por Tamikuã Txihi Pataxó, cinco artistas indígenas mesclam a destruição do bioma e os animais que mais sofrem com o desmatamento em diversas colagens que compõem o percurso da exposição.  

O impacto humano nas espécies que vivem na Mata Atlântica. Foto: acervo MCI

Mymba’i é um convite para reflexão sobre os impactos das ações humanas na natureza: “usamos o fazer artístico como ato político coletivo, para contribuir na conscientização, educação, preservação e luta pela vida da Mata Atlântica (e demais biomas), bem como recuperação e fortalecimento de nossas memórias ancestrais”, afirma Tamikuã Txihi Pataxó. 

EXPOSIÇÕES

Hendu Porã’rã, escutar com o corpo

Nhe’ẽ ry – onde os espíritos se banham

Mymba’i – pedindo licença aos espíritos

Endereço: Museu das Culturas Indígenas – Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP      

Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h, às quintas até às 20h

Ingressos disponíveis no site: www.museudasculturasindigenas.org.br           

Sobre o MCI    

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.   

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