Ano-novo e calendário Guarani são temas de evento no Museu das Culturas Indígenas, neste sábado (19)
Atividade comandada pelo xamõi Natalício Karai e Mestres de Saberes apresenta o calendário Guarani e sua relação com as transformações da natureza;
Calendário Guarani está ligado à trajetória da lua – a passagem do tempo é cíclica, regidas pelas mudanças físicas e espirituais
São Paulo, agosto de 2023 – A passagem do tempo velho (Ara Ymã) para o tempo novo (Ara Pyau) para os Guarani Mbya será tema da roda de conversa promovida pelo Museu das Culturas Indígenas (MCI) neste sábado, 19 de agosto, às 10h. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
A atividade integra o Agosto Indígena, programação especial do Museu das Culturas Indígenas que reforça as lutas, resistências, culturas e diversidades dos povos originários. Neste encontro, o xamõi (líder espiritual) Natalício Karai e os Mestres de Saberes, indígenas do programa educativo, apresentarão a passagem do tempo no calendário Guarani.
A participação é gratuita e para participar é necessário retirar o ingresso no site.
Tempo cíclico: tempo velho e ano novo
O calendário Guarani está ligado à trajetória da lua e segue as transformações da natureza. Diferente do calendário gregoriano, em que tempo é medido linearmente, os Guaranis consideram a passagem do tempo cíclica, regidas pelas mudanças físicas e espirituais. O Ara Pyau (ano novo) é um período de fortalecimento e renascimento:“o Ara Pyau traz a renovação dos seres que vivem nas florestas, nele acontece o renascer das plantas, flores e árvores ”, ressalta Natalício Karaí.
O Ara Ymã (tempo velho) é o período de outono e inverno em que os Guaranis se dedicam a escolher sementes, preparar a terra e iniciar a plantação. Já os líderes espirituais preparam-se para realização dos rituais religiosos “No tempo velho nós descansamos e iniciamos os preparativos para realização dos rituais sagrados na casa de reza. Os jovens ajudam os líderes e cortam lenhas para manter o fogo, um elemento sagrado na cultura Guarani, acesso para aquecer a comunidade”, comenta o xamõi.
Durante o Ara Pyau (tempo novo) são realizadas as colheitas de milho, batata, mandioca, feijão, amendoim, respeitando os ciclos da lua: “Nós nunca plantamos ou cortamos árvores na lua nova, pois os animais ficam muito agitados”, afirma Natalício. Neste período são realizados os grandes ritos religiosos, como os batizados com erva mate de crianças e indicação de nomes sagrados, batismos dos alimentos antes do consumo e consagração das sementes.
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
SERVIÇO
Ara Pyau e o Calendário Guarani
Data e horário: 19 de agosto, às 10h
Local: Museu das Culturas Indígenas – R. DonaGermaine Burchard, 451, Água Branca, São Paulo/SP
Museu das Culturas Indígenas
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Telefone: (11) 3873-1541
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