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SIMPÓSIO ABORDA ORIGENS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS DA REGIÃO DO BIXIGA, NA CAPITAL PAULISTA

Território hoje conhecido como Bela Vista, é parte da rota Peabiru — conjunto de trilhas criadas pelos povos originários há mais de três mil anos; Encontro integra o projeto De-Saracura, que faz mapeamento histórico e artístico do Bixiga e do rio Saracura, um dos muitos cursos d’água escondidos na cidade devido à urbanização.

Fachada do Museu
Participantes revistam histórias ancestrais na sede do Museu das Culturas Indígenas. Foto: MCI

São Paulo, outubro de 2023 – A história da região paulistana do Bixiga antes da colonização europeia é tema do simpósio Leituras de Sedimentos: o que os rios enterrados nos ensinam sobre sustentabilidade urbana. O evento acontece no Museu das Culturas Indígenas (MCI), em 07 de outubro, às 9h; o MCI éumainstituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

a imagem mostra um pássaro azul e marrom com bico verde
Ave da Mata Atlântica deu nome ao território. Foto: divulgação

O simpósio faz parte do projeto De-Saracura, que promove o mapeamento e investigação artística do rio Saracura, um importante símbolo tradicional do Bixiga e um dos muitos córregos escondidos na cidade por conta da urbanização. Saracura também é uma ave da Mata Atlântica que, por sua presença abundante na região, deu nome ao rio e ao território    Bixiga-Saracura.      

O projeto está vinculado ao edital internacional South Designs, que investiga e resgata a história de rios urbanos em cidades como Jacarta (Indonésia), São Paulo e Berlim (Alemanha). No território Bixiga-Saracura, a iniciativa pretende mostrar histórias e vestígios de resistência à urbanização, canalização e invisibilização do rio.

Esses e muitos outros fatos, a partir da ótica decolonial, serão compartilhados por participantes do território Bixiga-Saracura, acadêmicos e indígenas do litoral paulista, que contarão, durante o simpósio, a história da região antes da colonização europeia. Eles também vão abordar a extensão e a presença da Mata Atlântica em São Paulo. 

TRILHA PARA DESLOCAMENTO DOS POVOS

A história do Bixiga está ligada à rota Peabiru — trilhas criadas pelos povos indígenas para deslocamento entre comunidades e territórios. O caminho em São Paulo levava aos Campos do Guaré, atual região da Luz e do Bom Retiro, até as margens do Rio Pinheiros, passando ao longo do Vale da Saracura.

Há mais de três mil anos, o peya beyu (caminho de gramado amassado), em Tupi-Guarani, foi criado pelos povos originários. O conjunto de trilhas liga o Oceano Atlântico ao Pacífico, passando pelos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, chegando até o Peru.

Há registros de que os percursos foram utilizados pelos Guaranis, Kaingang e Xetá. Os colonizadores espanhóis, portugueses e jesuítas também utilizavam os caminhos desde o século XVI.

QUILOMBO SARACURA

Já nos séculos XIX e XX, a região foi local do único quilombo reconhecido na capital paulista, que inicialmente serviu como rota de fuga de pessoas escravizadas em fazendas ou mercados, onde eram colocadas à venda na Praça da Sé. O atual bairro do Bixiga, muito vinculado à cultura italiana após a imigração no início do século XX, passou por um apagamento da presença negra – vale ressaltar, inclusive, que a região era conhecida como “pequena África”. Além disso, o projeto original de pesquisa arqueológica do bairro eliminava a existência do quilombo, citando apenas que a região era utilizada como esconderijo por pessoas escravizadas fugitivas.

A articulação para o resgate dessa história e a comprovação da existência do quilombo ocorreu após a descoberta de um sítio arqueológico com vestígios de louças, cerâmicas e talheres, durante as escavações para construção de uma nova linha de metrô. A partir das evidências, movimentos como o Mobiliza Saracura Vai-Vai, articulado por moradores da região, buscam resgatar e reconhecer essa parte da história do Bixiga. 

SERVIÇO

Simpósio
Leituras de Sedimentos: o que os rios enterrados nos ensinam sobre sustentabilidade urbana
Data e horário: 07/10, às 9h
Gratuito com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

Sobre o MCI

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.  

Museu das Culturas Indígenas

Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP 
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h; às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Telefone: (11) 3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br

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