Museu das Culturas Indígenas traz atrações especiais nas férias de janeiro

Brincadeiras e jogos interativos, cinema e bate-papo mostrarão a riqueza cultural e presença dos povos indígenas no Brasil; para participar das atividades, basta retirar o ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

São Paulo, janeiro de 2025 – Para iniciar o ano com diversão, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) — instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim — preparou uma série de atividades para crianças e suas famílias. Jogos educativos, brincadeiras, oficinas, cinema e bate-papo poderão ser conferidos gratuitamente de terça a domingo. Confira a agenda de atrações:

Uma série de atividades educativas vão garantir o entretenimento dos visitantes durante o tradicional Férias na TAVA. Já em 11 de janeiro, às 14h, a programação promoverá uma oficina de grafismos do povo Guarani. Identidade e simbologias, diferenças e particularidades por trás de cada traço serão abordados por Rhakany Aruani e Kerexu, que produzirão, ainda, a confecção de desenhos geométricos na pele dos participantes.

A cosmovisão do povo Huni Kuin e o surgimento da bebida do Nixipae (conhecida popularmente como “ayahuasca”) será tema da primeira exibição do Cineclube TAVA, em 16 de janeiro, às 18h. No documentário Mistérios do Nixipae (2024), de NatoRê (Renato Libanoro) e Mawa Pey Huni Kuî, conheceremos o líder indígena Isaka Ruy, que nos guiará pela história do mundo dos encantados – seres espirituais da cosmologia indígena.

Na edição de janeiro do Programação de Contação de Histórias do MCI, o líder espiritual Hortencio (Karai Tataendy), de 107 anos, compartilhará histórias de mais de um século de vida, conhecimentos ancestrais e espirituais do povo Guarani, acompanhado de Wera Xuru, que fará a tradução para o português. A atividade acontecerá em 18 de janeiro, às 11h. O xeramoï (“pessoa que sabe” em Guarani) é ancião, curandeiro e detentor de conhecimentos da construção de casas tradicionais Mbya Guarani. É morador da Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo (SP).

O modo de vida e costumes do povo Fulni-ô serão abordados em mais uma atividade do Férias na TAVA. Em 18 de janeiro, às 14h, Luxtutwa, pernambucano e articulador da etnia Fulni-ô, apresentará brincadeiras e entoará cantos tradicionais que evocam a espiritualidade. Será também uma oportunidade para conhecer mais sobre o único povo do Nordeste que conseguiu manter viva e ativa sua língua materna (a Yaathe).  

No Dia Nacional da Consciência Indígena (21 de janeiro), às 15h, o MCI realizará uma conversa sobre a data que faz referência à história de resistência dos povos originários, a preservação da cultura e das identidades indígenas brasileiras diante do colonialismo. A atividade é a uma parceria entre Galpão Bela Maré, Museu Casa Darcy Ribeiro e MCI. Será transmitida ao vivo no YouTube.

Já no aniversário de São Paulo (25 de janeiro), às 10h, o MCI receberá Karai Djekupe para uma conversa sobre territórios indígenas na capital paulista, ressignificações no processo de ocupação e construção da cidade. O encontro será uma oportunidade para refletir a reapropriação social dos espaços e explorar contradições que envolvem a constituição e a dinâmica cotidiana.

E muito mais!

Artesãs e artesãos dos povos Bororo, Guarani, Huni Kuin, Pataxó, Fulni-ô, Guajajara, Terena, entre outros, comercializarão uma grande diversidade artefatos tradicionais na Feira de Artes Manuais Indígenas em exposição na área externa no MCI. Entre 9h e 18h, o espaço promoverá artistas a fim de incentivar, auxiliar e ampliar as oportunidades socioprodutivas e econômicas de pessoas indígenas.

Até 26 de janeiro, das 10h às 16h, quem visitar o MCI poderá jogar o Ninmangwá Djagwareté (“brincadeira da onça” em português), um tabuleiro com 15 peças que representam cachorros e uma onça.  

A partida começa com onça-pintada capturando os cachorros e é finalizada quando os cachorros conseguem encurralar a onça.  A onça pintada, peça central do tabuleiro, é um símbolo de resistência para os povos indígenas originários da Abya Yala (América), considerada uma “irmã” que luta ao lado e ensina o caminho de sobrevivência.  

Na cultura Guarani, a relação com a natureza e as histórias dos povos originários são incorporadas na brincadeira, que contribui para a desenvoltura e agilidade ao tomar decisões, aumento da disciplina e da tomada de decisões, desenvolve criatividade e favorece a capacidade de resolução de problemas.