Atrações gratuitas no Museu das Culturas Indígenas agitam feriado prolongado em SP
Entre 16 e 21 de novembro, instituição recebe seminário sobre línguas maternas, rituais do povo Xavante, manifestações culturais afrobrasileiras e indígenas. A entrada é gratuita com retirada de ingresso no site https://museudasculturasindigenas.org.br/
A apresentação do Coral Purahei Marangatu, da Terra Indígena Jaraguá (Aldeia Tekoa Yvy Porã), será uma das atrações. Foto: Acervo MCI.
São Paulo, novembro de 2024 – Uma programação gratuita recheada de atividades culturais promete divertir o público que visitar o Museu das Culturas Indígenas (MCI) — instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim. Entre 16 e 21 de novembro, seminário, apresentações, rituais e manifestações artísticas indígenas e afrobrasileiras, além de exposições de curadores indígenas, integrarão a agenda. Confira:
Em 16 de novembro, às 11h, Tserenhõ’õ Tseredzawê compartilhará detalhes de rituais e heranças culturais do povo Xavante no Programa de Contação de Histórias do MCI. A passagem para a vida adulta de jovens meninos Xavantes e o tempo de reclusão na “casa de solteiro” (Hö), onde são orientados pelos seus padrinhos, homens mais velhos, por cerca de cinco anos, será um dos rituais narrados pelo mestre de saberes, integrante do Núcleo de Transformação e Saberes do MCI.
Durante o período de vivência na “casa de solteiro”, os pré-iniciados (wapté) desenvolvem habilidades para a maturidade, bem como participam de cerimônias de luta (Oi’ó e Wa’i), da corrida de tora (Uiwede) e da batida de água para perfuração da orelha (Datsi’wate), parte do processo. Os Xavantes são reconhecidos pelo corte de franja e o uso de madeira na orelha e/ou adereços de gravata no pescoço.
Feriado da Consciência Negra (20 de novembro)
Cantos sagrados Guarani serão apresentados pelo Coral Purahei Marangatu, da Terra Indígena Jaraguá (Aldeia Tekoa Yvy Porã), às 10h. A apresentação cultural mostrará o nhnade rekó (modo de vida do povo Guarani Mbya), evocará a natureza, proteção e paz, em oposição a destruição ao meio ambiente, que hoje sofre com as consequências da interferência humana e resulta em eventos climáticos extremos.
A manifestação cultural Tambor de Crioula será apresentada por Téo Menezes e o Coletivo As Três Marias no feriado da Consciência Negra, às 11h. A celebração de devoção a São Benedito, santo padroeiro, negro e filho de escravizados evocam essa expressão cultural afro-brasileira que representa sabedorias dos mais velhos.
Tambor de Crioulas é uma apresentação cultural originária do Maranhão. Foto: Guilherme Sai
Por meio da percussão de três tambores de madeira acompanhados de matracas e a dança de mulheres, a apresentação cultural pretende fortalecer os laços culturais entre povos indígenas e afrodescentes, a fim de evidenciar a luta contra o racismo, a discriminação racial, o preconceito e as desigualdades sociais.
Às 16h, o MCI receberá o seminário Vozes Ancestrais realizado na XIV edição do Circuito de Teatro em Português, evento que celebra a riqueza linguística e cultural dos países de língua portuguesa. Neste encontro, convidados vão unir-se para celebrar suas raízes e as línguas maternas.
Reflexões sobre o apagamento linguístico, a rica herança cultural de africanos e indígenas, bem como o papel vital das raízes na construção e manutenção das línguas e da diversidade cultural serão tópicos abordados por participantes do Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Portugal.
E tem mais!
Em 21 de novembro, às 18h30, o canal do MCI no YouTube receberá uma roda de conversa virtual sobre o gênero musical hip-hop, uma ferramenta de expressão para a vida na periferia. Muito difundido na cultura da juventude negra, o estilo também foi apropriado por indígenas, que o utilizam como forma de manifestação da luta de seus povos. Participarão convidados desta cena artística que trocarão experiências e histórias, bem como mostrarão como o hip hop é um ponto de encontro para culturas de resistência.
SERVIÇO
Contação de Histórias MCI: rituais de passagem Xavante, com Tserenhõ’õ Tseredzawê
Data e horário: 16/11/2024, das 11h às 12h
Apresentação Guarani: Coral Purahei Marangatu
Data e horário: 20/11/2024, das 10h às 11h
Tambor de Crioula, com “As Três Marias”
Data e horário: 20/11/2024, das 11h às 12h
Seminário da Língua Materna “Vozes Ancestrais” – Circuito de Teatro em Português
Data e horário: 20/11/2024, das 16h às 18h
Hip hop: resistência negra e indígena
Data e horário: 21/11/2024, das 18h30 às 20h
No YouTube do MCI
Todos as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/
Sobre o MCI
Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.
Museu das Culturas Indígenas
Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP
Telefone: (11) 3873-1541
E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br
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