Cineclube TAVA no Pindorama: “Javyju – Bom Dia”

O Cineclube TAVA terá uma sessão especial na 17ª edição da Retomada Indígena, que traz esse ano o tema: “Resistência, Clima e Educação: o papel da universidade nas lutas indígenas”. Organizado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o evento é parte do Programa Pindorama, que há mais de 20 anos procura abrir portas e promover a permanência e protagonismo indígena na universidade.

Nessa sessão será exibido o curta-metragem “Javyju – Bom Dia”, uma ficção científica Guarani, dirigido por Carlos Eduardo Magalhães e por Kunha Rete, cacica da Aldeia Itakupe, da Terra Indígena Jaraguá, que fez sua estreia como diretora nesse projeto. Também será exibido um documentário (16’) feito com imagens dos bastidores da produção do curta. Após a exibição, haverá uma roda de conversa com os diretores e com o ator Karaí Yapuã.

Sinopse: Em um futuro distópico, a Terra está devastada e os povos indígenas encontraram refúgio em seus territórios, protegidos pelos encantados. A aldeia Guarani do Jaraguá, situada na antiga São Paulo, é uma das últimas comunidades a permanecer segura. Um sonho enviado pelo Pajé da aldeia traz uma mensagem de esperança e um enigma: Três jovens são convocados para uma jornada essencial que pode definir o futuro do planeta e explorar o papel deste último não indígena em um mundo em crise.
Brasil, 2024, 25’
Gênero: ficção
Direção: Kunha Rete e Caros Eduardo Magalhães
Elenco: Yva Mirim Xhapya, Theo Bellotto Magalhães, Hendy Yvoty, Karaí Yapuã
Roteiro: Carlos Eduardo Magalhães, Wera Popygua
Produção: Carlos Eduardo Magalhães
Produtora: Laranjeira Filmes
Direção de Fotografia: Priscila Tapajowara
Direção de Arte: Luan Karai Jeguaka, Diego Rodrigues, Lucas Kuaray Mirim
Trilha Sonora: Djuena Tikuna, Wera Popygua
Direção de Som: Caio Tupã
Narração: Djuena Tikuna
Edição: Carlos Eduardo Magalhães
Classificação Indicativa: livre

Sobre Kunha Rete
Liderança Guarani, cacica da Tekoa Itakupe (Terra Indígena Jaraguá), faz sua estreia como diretora de cinema. Premiada com um Calango no 57º Festival de Brasília (2024), com o curta “Javyju – Bom Dia”, uma ficção científica Guarani.

Sobre Carlos Eduardo Magalhães
Técnico cinematográfico com 30 anos de set. Fez sua estreia como diretor em 2012, com o filme musical “Palavra Cantada em 3D”. Em 2018, recebeu o prêmio Rigoberta Menchú no 28º Festival Présence Autochtone (Montreal, Canadá), com o filme “Ara Pyau – Primavera Guaraní”. É diretor e autor da série televisiva “Sou Moderno Sou Índio” (2021). Premiado com um Calango no 57º Festival de Brasília (2024), com o curta “Javyju – Bom Dia”. Assessora projetos em desenvolvimento e roteiro nos labs: Bolivia Lab, Acampadoc/Panamá e Arica Nativa/Chile. Idealizou e produziu o Guarani Lab, uma residência para cineastas indígenas, que teve sua realização em dezembro de 2024. Também é sócio-fundador da Laranjeiras Produções, na qual está envolvido em duas coproduções internacionais em desenvolvimento.

Sobre Karaí Yapuã
Também conhecido como Xamoi Pedro, é a liderança espiritual da Tekoa Itakupe (Terra Indígena Jaraguá). Criador da Escola Viva Mbarete, um centro de vivência e saberes relacionados ao cultivo da terra. Artista e ator, estreou no cinema no filme “Joaquim” (2017), sobre a vida de Tiradentes, do renomado diretor Marcelo Gomes. Ator principal e consultor de roteiro no filme “Javyju – Bom Dia”, vencedor do prêmio de público no 57º Festival de Brasília (2024).

Sobre o Cineclube TAVA
Para dar visibilidade ao cinema indígena, o MCI sedia o Cineclube TAVA, uma oportunidade para ver, pensar e conversar sobre produções audiovisuais de povos originários, que se tornam importantes canais de comunicação dentro das comunidades e ampliam a criação de redes entre as diversas etnias, constituindo um espaço de atuação e protagonismo, promovendo o reconhecimento de grupos e fortalecendo suas lutas.

Cineclube é um espaço democrático, educativo, político, que contribui na formação do público porque promove, também, rodas de conversa com os participantes ou realizadores dos filmes. As obras exibidas possibilitam que o espectador conheça diferentes cinematografias, narrativas, estéticas e culturas.

Sobre a 17ª Retomada Indígena
Evento que acontecerá entre os dias 30 de setembro a 10 de outubro de 2025, no Campus Monte Alegre da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), por meio da Pró-reitoria de Cultura e Relações Comunitárias e do Programa Pindorama. Com o tema “Resistência, Clima e Educação: o papel da universidade nas lutas indígenas”, esta edição destaca o protagonismo dos povos originários frente aos desafios socioambientais da atualidade. Em um contexto marcado por emergências climáticas e pela necessidade urgente de pensar novas formas de convivência sustentável, a Universidade se coloca como espaço de diálogo, valorização das culturas tradicionais e construção coletiva de conhecimento.

Sobre o Programa Pindorama
Programa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pioneiro no ensino universitário paulistano, que oferece bolsas de estudos para alunos indígenas, fruto dos esforços conjuntos do jovem Xavante Hiparindi Top’tiro, que trazia a demanda de 36 jovens que faziam o Cursinho Pré-Vestibular da Poli, do empenho das professoras da PUC-SP – a psicóloga Profa. Ana Maria Battaglin e da antropóloga Profa. Lúcia Helena Rangel –, e do coordenador da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de São Paulo, Prof. Benedito Antônio Prezia. No início contou com o apoio da Pastoral Indigenista, que solicitou à Mitra Arquidiocesana de São Paulo o valor para as inscrições do vestibular e da Associação Indígena S.O.S. Comunidade Indígena Pankararu, que ajudou na seleção dos candidatos. Em seu lançamento, a PUC-SP também recebeu o apoio do Colégio Santa Cruz, que ofereceu bolsas integrais. Atualmente, conta com a parceria da Pastoral Indigenista e Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que ajudam na realização do evento Retomada Indígena e em despesas eventuais de alunos com transporte, fotocópias e livros; Programa de Atendimento Comunitário (PAC), que auxilia com a bolsa-alimentação e orientação psicológica em casos específicos; e do Núcleo de Gênero, Raça e Etnia, do Curso de Serviço Social.

Observações:

• a atividade será realizada no Auditório da Biblioteca (térreo) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) | Campus Monte Alegre (R. Ministro Godoi, 969 – Perdizes)
• atividade presencial e gratuita, sem necessidade de inscrição (sujeito à lotação do espaço).